- Adriana de Lima
Avicultura: a galinha dos ovos de ouro do agronegócio

Na década de 1950 a indústria da produção de ovos e frangos se deslanchou, devido aos
avanços científicos em genética, nutrição animal, desenvolvimento de vacinas, além de
equipamentos específicos para cada produção. Em seguida, no início dos anos 60, a indústria
avícola conquistou de vez o seu espaço na economia brasileira.
Atualmente, a avicultura de postura consiste em um segmento muito importante da estrutura
econômica nacional e está em grande expansão, com um crescimento de 10% em 2019.
Desde o ano passado, o mercado interno também está em alta, com uma média de consumo
de 240 ovos per capita, sendo o acesso à informação a principal causa disto. Nos últimos anos
houve a quebra de alguns mitos acerca da composição nutricional, como o da influência do
ovo no aumento do colesterol. Hoje, após estudos do Instituto Ovos Brasil com apoio de
nutricionistas e médicos, o consumidor reconhece que o ovo na verdade é uma boa fonte de
nutrientes e vitaminas essenciais a saúde, como o selênio, com função antioxidante, a colina,
boa para a memória de adultos, o zinco, além das vitaminas A, B e E.
Paralelamente a isso, as exportações brasileiras também marcam presença no consumo de
ovos. Atualmente, o país está entre os dez maiores produtores do mundo, chegando a ocupar,
em 2017, o quinto lugar do ranking com uma produção de quase 51 milhões de unidades. Em
2019, no entanto, ocorreu o aumento nas exportações de ovos férteis destinados à produção
de frangos de corte, bem como a venda de ovos para consumo humano representou 40% das
exportações. Juntos, estes dois segmentos chegaram a 84% do volume embarcado. Outros
itens exportados são: gemas secas, gemas frescas cozidas em água ou a vapor, além de ovos
cozidos sem casca. No geral, a exportação em 2019 correspondeu a 7,6 mil toneladas.
No final de Setembro deste ano, a Associação Brasileira de Proteína Animal aprovou a
exportação de ovos brasileiros para o México, cujo consumo médio per capita corresponde a
378 ovos por ano. Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, esta abertura de mercado para
os mexicanos representa uma boa estratégia para o Brasil se destacar, pois significa o
reconhecimento da qualidade dos produtos, bem como do status sanitário, itens essenciais
para se inserir neste mercado altamente competitivo. Outras vantagens são o clima propício à
criação de aves, abundância de insumos agrícolas para nutrição animal como milho e soja,
adaptabilidade para a demanda mundial, além de uma biossegurança bastante rigorosa, com
análises de risco e controle estatístico.
A ABPA estimou um crescimento de 8,2% na produção de ovos para o ano de 2020, que
poderá alcançar 53 bilhões de unidades. Simultaneamente, a demanda do mercado interno
deve contar com um aumento de 8,5%, devido à redução no poder de compra do consumidor
no contexto da pandemia, de acordo com a pesquisa realizada pela instituição em Julho deste
ano. Desde março, a procura aumentou em 30%.
Sem dúvidas, a avicultura de postura é um setor com grande potencial e rentabilidade para se
investir, além de ser uma proteína de origem animal com custo benefício mais baixo, que
exige um capital menos exorbitante quando comparadas às demais. O produtor que investir
neste segmento com certeza terá uma produção de sucesso.